terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Sol e Só

Desde sempre ando só
Sonhando,
Só ando por um caminho
De solidão

Me acostumei com o sol e só
Com sons tão seus
Que só,
Canta o coração.

A Poesia

Ela, linda de uma forma simples
Charmosa por existir
É natural reluzente
É gente que faz sorrir

Ela, doce pra quem lhe prova
É rosa pra quem cultiva
É festa pra quem celebra
É  o sonho que nos motiva.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

W3 703 Sul

O Sino toca 
O frio assopra
Por alguns momentos me sinto só
Me sinto sol, ao aquecer minhas mãos geladas
Perto do serrado 
Longe de casa
Cerro as cercas
Eles aqui racionam água, pra não pensar de boca seca.
É tudo planejado
Ruas, avenidas e casas
Por asas voei
Pela primeira vez e com um pouco de medo
Era segredo 
E eu descobri um mar de algodão.
Saudades confesso que tive
Da farinha a minha coberta
Coisa certa é que,
Poucos foram os dias para um vasto horizonte
Um coração numa aérea ponte
É incomodo sob pressão.
Na estação fiquei no quase
Um sorriso de efeitos graves
No ping-pong ou na aeronave
Coreografias de uma passageira paixão.
Vi monumentos importantes 
Uma política complexa e preconceitos sutis
Conheci um clima aconchegante
Vi nos candangos semelhantes
Cruzei as linhas da capital do meu país.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Interpretação

Leiam livros
Ouçam rádio
Escrevam cartas
Só não escutem o que eu digo.
Meus áudios
Meus discos
Meus escritos
Almanaque de controvérsias
Liguem a TV
Assistam o BBB
O jornal nacional e a novela das seis
Escutem também a Voz do Brasil
Fale apenas na sua vez.
Só, não ouçam o que eu digo
Somente leiam.

Aliteração

Pensar com fome é osso
Viver é amargo e doce
Amar sob impulso é posse
Agir sem pensar é coice

Riscar livremente é traço

Pra por no lugar só gesso
Papel rasgado se amassa
De missa não sei um terço

Escada que subo e desço

No ontem que agora esqueces
Inspiração a qual pereço
Sentidos se estabelecem

Os fios que hoje teces

Novelos roídos por traças
Na taça o vinho que bebes
Sem pressa a vagar nas praças

Na ausência de som que ouvisse

Baixinho caberia um verso
Versando a dor, traduzisse
Silêncio, sentimento imerso.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Atentado Costa Verde

Senhores, muito cuidado com o que tem dentro dessa mochila...

Enquanto uns entram, anunciam o assalto e tomam pertences
Eu entro, furto apenas o silencio e atinjo mentes
Sem revolver nas mãos não é preciso esconder a bolsa
Minha arma é somente a voz, então por favor me ouça
Pode ser?
Me ouça, pois calado eu irei consentir com o que está errado
Não poderei expressar o sentimento guardado
E de nada valerá a luta se nada tiver mudado
Deu pra entender?
Assim eu sigo, roubando dentro dos coletivos... sua atenção
Apesar de preto e de entrar pela frente, eu não sou ladrão
Calma, não se engane e queira me dar voz de prisão
Pois minha alma é livre e a poesia desata qualquer algema
Sem sentido é buscar uma solução quando não se conhece o verdadeiro problema
E é uma pena, ter que passar por isso
Omisso? Omisso eu não sou quando entro no mercado e o segurança me segue
Pra minha "segurança" ou por sua desconfiança
Ele me persegue
Seguindo meus passos, meus atos, meu traços
Apertando o cinto e balançado os braços
Me entristece ver que ele tem aparência parecida
A mesma procedência e o emprego pra sustentar outras vidas
O Sistema é foda, como dito em Tropa de Elite
Mais cedo, la pra meio-dia, a elite da tropa tirou meu apetite
E olhe que tinha presunto pra Bocão nenhum botar defeito
Esse é o efeito
Fazer você odiar seu irmão e ter medo da sua própria sombra
Lembram da mochila? Pois bem
Agora, perdoe-me os idosos e as crianças mas neste momento detonarei a bomba
Pow! êsia



Eu acendi um cigarro, apaguei a luz
O cigarro apagou, o quarto continuou escuro
Fui até a cozinha e pus um copo de água
Mas como desejava os pães no saco de papel
Esqueci o copo em cima da geladeira
Sintonizei o rádio na estação certa, querendo saber a hora
Pena que o filme já acabou.
Daí fui até o espelho espremer algumas espinhas
Percebi algumas marcas, fiquei de cara
Meu rosto e minha mente acumulam mudanças
E por falar em mudança, que tal trocar os quadros de lugares?
Procurar um jeito novo de decorar, o quarto que continua escuro.
Até que num piscar de olhos o dia amanhece.
Me entristece, ver os detalhes das telas 
Fui a janela, tentei dormir mas o sono é vilão
Eu tenho medo
Procurei no silencio resposta para a palpitação
Tremores, sudorese, taquicardia
Onde está o meu óculos?
Ontem eu fiz um chá de camomila,
Bebi metade e me perdi procurando um papel na mochila
Ainda tem um resto dele no fogão, 
Vou beber
Entre o tempo de requentar o chá e coloca-lo no copo
Traumas
Pensei em qual camisa vestir domingo a tarde
Mas esqueci que posso beber o chá frio e ter alguns momentos, 
Calma.